flavia
As fases da vida do ser humano que transita da infância a velhice, que são fases em que entra em questão a fragilidade da condição humana, nos faz enxergar o velho e a criança como seres entre “duas águas marginais”, entre um futuro e um passado que fazem de seu presente um enigma em si mesmos e para a sociedade em que vivem. Diante do enigma todos se perguntam sobre quem são e como é o mundo onde estão e no qual se encontram.
A infância e a velhice são fases de passagem de mudanças e transformações. A criança é um vir a ser, o velho é o que foi, mas na verdade infância e velhice se cruzam. Porém crianças e velhos são sujeitos categorizados socialmente que colocam como exigência um olhar devagar para observar as diferenças e particularidades. Crianças e velhos são sujeitos de vivências individuais e coletivas ao mesmo tempo, que fazem parte de um patrimônio cultural e social a um só tempo.São eles também que evidenciam a natureza das sociedades modernas classificadas de coisas, de pessoas e de tudo o mais. Para muitos grupos sociais a criança é aquilo que ainda não é, e o velho aquilo que consiste uma ameaça em termos de futuro. Assim ambos tornam-se vitimas de algo que esta fora deles, fora de um ideal de sociedade. Acriança e os velhos são assim vistos, como seres sem independência, sem desejos, sem autonomia, sem vontades, sem capacidades para gerenciar-se. A modernidade sucateia as vidas humanas. Então o ideal fica sendo a eterna juventude congelada no tempo. E as pessoas esquecem que o que importa são as experiências de vida sejam vividas em qualquer fase, na infância, na adolescência, na juventude, na maturidade, na vida adulta e na velhice. Diz o poeta Fernando Pessoa “Minha vida só tem duas datas – a da minha nascença e a da minha morte. Entre uma e outra cousa todos os dias são meus”. É preciso ver o envelhecimento numa perspectiva de desenvolvimento. Estamos