fisioterapia
Adolescência: tornar-se jovem quando eu tiver setenta anos então vai acabar esta adolescência vou largar da vida louca e terminar minha livre docência vou fazer o que meu pai quer começar a vida com passo perfeito vou fazer o que minha mãe deseja aproveitar as oportunidades de virar um pilar da sociedade e terminar meu curso de direito então ver tudo em sã consciência quando acabar esta adolescência
Paulo Leminski
A TEORIA DA ADOLESCÊNCIA
E A POESIA DA JUVENTUDE
Quando lemos um livro, particularmente um livro que fale de
Psicologia, esperamos nos encontrar em suas páginas. Mas geralmente esses livros estão distantes de nossas vidas. Falam de coisas que não sentimos, usam termos que não escutamos, enfim, estão descolados de nossa realidade.
Esse distanciamento entre a vida e a teoria é conseqüência do trabalho científico, que produz abstrações sobre a realidade. A ciência não reproduz a realidade, mas afasta-se dela para poder compreendê-la.
Discutimos um pouco esse aspecto no primeiro capítulo deste livro, quando procuramos separar o conhecimento científico do conhecimento do senso comum.
Entretanto, em nenhum outro capítulo esta questão fica tão evidente quanto na discussão sobre a adolescência. Enquanto estamos discutindo o tema cientificamente, você, jovem, está vivenciando [pg.
290] o fenômeno. O risco aqui é o de nos distanciarmos completamente do leitor ou, com um pouco de sorte, estabelecer uma conversa franca, honesta, sem moralismo. E muito difícil estabelecer o limite entre esses dois extremos. Por um lado, fala a cabeça racional do cientista e, por outro, o desejo do educador do encontro com a juventude.
Abrimos o capítulo com uma poesia de Paulo Leminski que traduz um pouco as inquietações da juventude. Loucura e liberdade ao lado de controle e responsabilidade. Uma vontade de ser criança e adulto ao mesmo tempo. Essa parece ser a linha. Levantar as questões teóricas que mais se aproximem desse