Fios e Cabos Elétricos
Edição 47, Dezembro de 2009
Por Weruska Goeking
Fios e cabos: condutores da evolução humana
Criados inicialmente para a transmissão de dados telegráficos, os fios e cabos evoluíram graças às descobertas de materiais mais eficientes para sua isolação, tornando os condutores cada vez mais seguros
A eletricidade é responsável por uma revolução no cotidiano de toda a humanidade, mas muitos dos avanços e facilidades trazidos pela energia elétrica só foram conquistados graças à invenção dos fios e cabos. Surgidos no início do século XVIII, os primeiros condutores eram muito diferentes daqueles que conhecemos hoje e suas primeiras aplicações eram na transmissão de mensagens de telégrafos.
A primeira experiência bem sucedida foi realizada pelo inglês William Watson, em 1747, quando um condutor feito de juta e com pouco mais de três quilômetros de extensão foi utilizado para transmitir informações entre as margens do rio Tamisa, em Londres. Em 1795, o espanhol Dom Francisco Salva aplicou, pela primeira vez na história dos condutores, papel para isolar condutores metálicos usados também na transmissão telegráfica. Já a invenção do primeiro cabo efetivamente isolado é creditada ao barão Von Schilling que, entre 1812 e 1815, desenvolveu um condutor submarino que cruzava o rio Sena para detonação de minas e era feito de fios de cobre e isolado com um tipo de borracha indiana seca e envernizada. Com o fim da guerra, Schilling convenceu o imperador russo Nicolau a construir uma linha telegráfica entre São Petersburgo e Peterhoff, em 1836. As linhas eram formadas por cabos aéreos nus e subterrâneos que foram isolados individualmente com seda envernizada, amarrados e impregnados com asfalto. A experiência deu certo e estimulou pesquisas de novos tipos de isolação para os cabos de transmissão de dados e, em 1848, a isolação com uma planta asiática chamada gutta percha foi aplicada em um cabo de uma linha telegráfica