Finanças
Uma pequena revolução está em curso na Vigor desde o ano passado. A empresa de laticínios dos Batista – controladores do JBS, o maior frigorífico do mundo – foi separada do negócio de carnes da família, lançou produtos com maior valor agregado e, há um mês, adquiriu metade da mineira Itambé, com receita líquida de R$ 1,8 bilhão. Por trás disso tudo está a intenção de transformar a companhia paulista em uma empresa nacional de alimentos com rentabilidade comparável à das gigantes europeias Danone e Nestlé, e vender essa história para os investidores em um IPO (oferta pública inicial de ações, em inglês).
Tecnicamente, a Vigor já está na bolsa. Em uma abertura de capital realizada no ano passado, acionistas da JBS puderam trocar seus papéis por ações da Vigor. Porém, apenas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a FB Participações (controladora da JBS, pertencente às famílias Batista e Bertin) aderiram com força à oferta, já que se tratava de deixar uma grande corporação e assumir uma empresa com liquidez modesta. Em 2013, o volume diário médio de negociações da Vigor é de apenas R$ 14 mil.
A ideia é que a JBS, que ainda detém uma participação de 21,32%, ofereça suas ações em uma oferta pública, assim que a Vigor atingir um porte considerado interessante pelos investidores. O primeiro passo para aumentar a atratividade da empresa já foi dado. Apesar de possuir apenas 50% da Itambé, a Vigor tem alguns privilégios na gestão da empresa mineira e, por isso, pretende consolidar o resultado total da companhia em seus balanços. Seguindo essa lógica, a Vigor já atingiu uma receita bruta de R$ 3,7 bilhões.
Alguns números dão uma dimensão da agressividade dessa estratégia. O Activia, produto da Danone para melhorar o funcionamento do intestino, é o iogurte mais vendido do Brasil. Sozinho, ele tem mais de 13% do mercado. Foi esse iogurte, aliás, que tirou a operação brasileira da Danone do