Fim da Revolução Francesa
O resultado talvez fosse diferente se Luís XVI não tivesse voltado à carga. Em 11 de julho de 1789, ele demitiu o ministro das finanças, Jacques Necker, um dos mais favoráveis à reforma. Também mandou o exército a Paris e Versa-lhes para intimidar os revoltosos. Inflamados, em questão de horas, artesãos, jornaleiros, operários e comerciantes se armaram de punhais, pistolas, machados e pedras e se precipitaram pelas ruas. As tropas reais recuaram e, no dia 14 de julho, uma multidão tomou a Bastilha - a fortaleza-prisão símbolo do absolutismo francês. Autoridades foram destituídas. "A assembléia elaborou, então, um dos primeiros documentos sobre os direitos humanos no mundo: a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão", afirma Edgar De Decca, professor de história e filosofia da Universidade de Campinas. "A frase •Liberdade, Igualdade e Fraternidade•, desse documento, soou como um trovão em todos os cantos da Europa."
Dois anos depois, tudo voltou a sair de controle. Em setembro de 1791, a Assembléia Nacional deu lugar à Assembléia Legislativa, constituída, em sua maioria, por um grupo de moderados (girondinos) e, em menor número, por políticos da ala conservadora e da republicana (jacobinos). Sem considerar o clamor da população por trabalho e comida, os girondinos forçaram a França a entrar em guerra contra a Áustria e a Prússia. "Acreditavam que uma vitória consolidaria os ideais da revolução", afirma De Decca. Mas para os líderes jacobinos Maximilien Robespierre, Georges-Jacques Danton e Jean-Paul Marat, o conflito servia para desviar a atenção das questões sociais. Os combates terminaram em fiasco, e o exército francês capitulou. "Em novembro de 1792, foram descobertos documentos que ligavam o rei aos inimigos, o que justificou as derrotas das campanhas militares. Luís XVI foi guilhotinado e, em agosto de 1792, foi eleita a Convenção Nacional", informa o professor da Unicamp. "Sob o comando de Robespierre, milhares de opositores do governo