Avicena (980 - 1037) Na metafísica de Avicena, Deus é um ser necessário. Ele faz uma distinção clara entre a existência e a essência das coisas, argumentando que a forma e a matéria não podem interagir sozinhas e por conta própria gerar o movimento, que é o que ele chama de fluxo vital do universo, nem gerar a própria existência. A existência tem origem em uma causa que necessariamente coloca em relação a essência e a existência, somente dessa forma a causa das coisas que existem podem coexistir com os efeitos. Ele resolveu o problema da essência e dos atributos do mundo através de uma análise ontológica da modalidade do ser que ele subdivide em três tipos: impossibilidade, contingência e necessidade. O ser impossível é aquele que não existe. O ser contingente é o que tem necessidade de uma causa externa a si para existir. Já o ser necessário, que é único, reflete a sua essência e tem a capacidade de gerar a primeira inteligência. Dessa primeira inteligência deriva uma segunda, e depois uma terceira, dando seqüência a todas as inteligências. O ser necessário é a causa somente da primeira inteligência e as outras são resultados indiretos desta. Esse ser necessário é Deus que conhece todas as coisas particulares e universais graças à sua ciência e à sua sabedoria. Tanto Deus como o universo são eternos e não existe nem tempo nem espaço antes de Deus. Essa definição modifica profundamente a compreensão sobre a criação do mundo. Ela não é mais o capricho de uma vontade divina, mas o resultado do pensamento divino que pensa ele mesmo. A criação torna-se uma necessidade e não mais uma vontade. O mundo se origina de Deus como excesso de sua inteligência. Sobre as causas do mal no mundo, Avicena afirmou que ele é disseminado por acidente e que ele surge por causa da imperfeição da natureza. Além disso o filósofo acreditava que o bem deve deixar espaço também ao seu contrário. O propósito da filosofia é de