Filosofia

1. Por que a questão fundamental de São Tomás de Aquino é conciliar razão e fé? O surgimento da religião cristã e o predomínio da Igreja Católica na Idade Média vão provocar uma nova discussão: há alguma incompatibilidade entre a verdade racional e a verdade revelada, entre a razão e a fé, em suma, entre a filosofia e a religião? A luz natural da razão humana, capaz de compreender os fatos e interpretá-los de maneira lógica e coerente, é incompatível com a luz sobrenatural da revelação divina? A proposta de São Tomás é conciliar razão e fé, embora o segundo termo deva prevalecer sobre o primeiro, já que a doutrina cristã estabelece verdades absolutas – os dogmas – que não podem ser questionados pela razão, que busca, por outro lado, ampla liberdade de crítica. A questão permanece atual, quando se discute as relações entre ciência e religião. O mérito de São Tomás foi demonstrar que a natureza do homem sendo a racionalidade, a capacidade de livre-arbítrio, a pregação religiosa deve também convencer pelo argumento – a razão – e não somente impor a fé.

2. Qual a importância do conceito de pessoa no tomismo? No seu entender, a concepção cristã de pessoa humana exerceu alguma influência na formação do Serviço Social? A pessoa é a criação mais perfeita de Deus, segundo São Tomás. Cada ser humano é uma pessoa, ou seja, uma substância individual de natureza racional, devendo ser tratada como fim em si mesmo, jamais como um meio. Em outras palavras, nenhuma pessoa pode ser usada ou tratada como instrumento para algum fim. O sentido autêntico da igualdade cristã é considerar todo ser humano em sua dignidade e respeito como pessoa, independentemente de sexo, raça, credo ou posição social. Uma expressão popular expressa esse princípio: fazer o bem sem olhar a quem. A influência no surgimento do Serviço Social é grande: basta lembrar a palavra que define o profissional - assistente social - o que lembra o sentido cristão da caridade, da assistência