filosofia
A Filosofia, cuja etimologia está nas palavras gregas philo, amizade, e sophia, sabedoria, é um conceito que remete a ideia da amizade, do interesse, do desejo pelo saber. É antes de tudo uma atitude crítica e de inquietação frente à tradição, ao senso comum e aos dogmas conhecidos, motivada pela busca ao conhecimento lógico, racional e sistemático dos porquês. Entende-se que a Filosofia surgiu na Grécia, entre os séculos VII e VI antes de Cristo, num contexto em que, além dos fatores históricos daquele tempo, pensadores gregos já não estavam mais satisfeitos com os conceitos e explicações que lhe cercavam, através das tradições e mitos, a respeito das questões humanas e naturais, como o próprio sentido da vida e da existência das coisas como elas são. Assim, conceberam que tais questões, por meio da razão e do pensamento crítico, deviam ser conhecidas e entendidas por todos, universalmente, de modo que, inclusive, uma verdade daquele tempo servira para o passado, presente e futuro.
A respeito das principais diferenças entre o pensamento filosófico e o Mito, seguimos o que Marilena Chauí aponta no Capítulo 2 da Unidade I de seu livro Convite à Filosofia: (a) o pensamento filosófico, através de um caminho racional, busca explicar as coisas como elas são de modo definitivo, ou seja, uma verdade vale para o passado, presente e futuro, enquanto o Mito, em sua narrativa sobre a origem das coisas, remete a um passado longínquo, fantástico, quase imaginário, num tempo muito anterior ao das coisas como existem no presente; (b) o pensamento filosófico apoia-se sobre explicações lógicas e racionais a respeito da origem das coisas, a partir da “composição, combinação e separação dos quatro elementos – úmido, seco, quente e frio, ou água, terra, fogo e ar”, enquanto o Mito vincula a origem das coisas a eventos das divindades gregas, a saber, genealogias, rivalidades e alianças entre si;