filosofia
O rompimento causado pela crença judaico-cristã levará à formação de um novo período na história da filosofia: a Patrística.
Durante os séculos I ao IX, a influência dos primeiros padres cristãos na cultura Ocidental foi das mais intensas. Inicialmente, lutam para disseminar o cristianismo enquanto religião, explicando seus dogmas fundamentais à população em geral. Nesse momento, muitas vezes, recorrem à filosofia, adaptando-a à fé religiosa, como forma de converter os pagãos, acostumados às reflexões racionais. O conjunto de pensamentos desses padres, um tanto heterogêneo, recebe o nome genérico de Filosofia Patrística.
O primeiro período dessa filosofia é marcado, sobretudo, pela consolidação do cristianismo. Trata-se de um momento de combate. Há a necessidade de lutar contra a clandestinidade inicial da crença, num momento de afirmação religiosa. Há também a necessidade de ampliar o número de fieis.
Alguns padres, sobretudo os romanos, simplesmente desprezam a cultura grega pré-cristã, qualificando-a como pagã. Outros, todavia, formados nessa cultura, sobretudo aqueles em Alexandria, já empregam os primeiros esforços para adaptar o pensamento clássico ao cristianismo.
A partir do século IV, o cristianismo deixa de ser clandestino no Império Romano, sendo reconhecido e tolerado, e, em seguida, tornando-se a religião oficial de Roma. As lutas do período anterior renderam frutos e a filosofia patrística vive o momento de apogeu. O grande nome do período é Santo Agostinho (354-430).
Nascido em Tagasta, na Numídia (atual Argélia), sua vida divide-se em dois períodos: o período de sua formação, ocorrido antes da conversão, e o período de sua conversão ao cristianismo e da produção de suas obras filosóficas.
Após educar-se em colégios pagãos, não obstante o fervor cristão de Santa Mônica, sua mãe, Agostinho vai a Cartago, onde se envolve em aventuras juvenis e tem um filho. Ingressa em uma seita