Filosofia
Suponha que alguém abrisse mão de todo diálogo ou convivência. Privado de muitas experiências, ele deixaria de adquirir certos conhecimentos, mas apesar da redução de estímulos externos, restariam a ele algumas percepções, ou seja, impressões dos sentidos, acompanhadas de sensações prazerosas ou dolorosas, e até sentimentos, como alegria, raiva ou medo.
1.1 Elementos da percepção
Perceber é ser capaz de identificar o modo como a realidade aparece e ter alguma reação subjetiva a ela, ou seja, uma reação pessoal, individual.
Há muito tempo, a Filosofia aborda as percepções em diferentes áreas de reflexão. A Teoria do Conhecimento, por exemplo, investiga se elas são confiáveis ou não, mas que elas sejam realidades ou aparências, quer sejam essências ou fenômenos, o fato de serem ou não agradáveis e a possibilidade de serem universais ou particulares também intrigaram os filósofos.
Diante dessa afirmação é possível que você se lembre do ditado popular segundo o qual ‘’gosto não se discute‘’. No entanto, vale destacar que ele não deve ser compreendido literalmente, ou seja, ela não significa que essa discussão não exista na prática, e sim, que, de tão complexa, a maioria prefere abandoná-la.
1.2 Gostar ou não gostar
As qualidades que pertencem às coisas são objetivas, e as formas de perceber são subjetivas, ou seja, dependem do sujeito que percebe, por isso mudam para cada espécie ou indivíduo. Veja um exemplo. Pode-se dizer que a cor do céu num dia ensolarado seja um dado objetivo, porém ela sempre será percebida de um modo subjetivo por diferentes pessoas e até por outras espécies vivas. Além disso, cada pessoa poderá sentir emoções distintas ao contemplar o céu azul em uma tarde de outono.
Sendo assim, é possível concluir que a faculdade de perceber a cor é universal, enquanto a experiência de apreciá-la ou detestá-la é particular. Além disso, as pessoas encontram dificuldades para justificar, por meio de argumentos, as suas