filosofia
EM FOCO, A GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA
Maria Aparecida Guedes Monção
Universidade Mogi das Cruzes maguedes@maxpoint.com.br Resumo: Este texto tem como objetivo estabelecer uma interlocução entre as ideias de Comenius sobre educação contidas na obra Didática Magna e os estudos sobre gestão escolar democrática que concebem que a natureza da gestão é eminentemente pedagógica. O eixo do artigo é a discussão sobre a finalidade da escola, recuperando a crítica que Comenius faz a escola de sua época, e a proposição atual de que a democratização das relações internas da escola, por meio de uma gestão democrática, pode contribuir para a mudança da estrutura e funcionamento da escola contemporânea.
Palavras chaves: comenius; gestão democrática; educação
INTRODUÇÃO
“Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer.” Ítalo Calvino
Escrever sobre Comenius é um desafio e ao mesmo tempo uma viagem na história da Pedagogia: debruçar-se sobre as ideias de um educador que, apesar de situar-se no século
XVII, parece ter assistido a um filme sobre a educação do século XXI. É o que se constata ao ler uma das suas mais importantes obras educacionais: a Didática Magna. A análise que esboça sobre a escola de seu tempo em muito se assemelha ao quadro que vemos na escola brasileira contemporânea. Ao elaborar Didática Magna, confere à educação o status de disciplina autônoma em relação à filosofia e à teologia, concebendo que, para a educação desenvolver toda a sua tarefa emancipatória, era necessário “dar à pedagogia uma feição de ciência, de pensamento rigoroso e exaustivo, elaborado sobre critérios e princípios gnoseológica e epistemologicamente fundados”
(CAMBI, 1999, p. 284).
A perspectiva da “educação bancária” criticada veementemente por Paulo Freire muito se aproxima do objeto das críticas empreendidas por Comenius ao ensino de sua época. Os estudiosos de suas