filosofia
Fundamentos Filosóficos da Educação.
Professor: Eliana
Campinas
2012
Introdução:
Uma das estátuas mais famosas que se conhece se transformou em verdadeiro ícone popular da imagem de um filósofo. O Pensador é de autoria do escultor francês Auguste
Rodin (1840-1917), que renovou a arte da escultura, no século XIX.
Numa breve reflexão sobre o significado desta obra, é impossível escapar à pergunta: em que pensa o pensador? Aquela imagem de meditação profunda, aquela atitude de introspecção meditativa não apela, a meu ver, para o simples ato de raciocínio.
Talvez ele pense na natureza dos próprios pensamentos. Porque pensar é também um ato que advém da alma e não apenas da inteligência. Na verdade, pensar é muito mais que raciocinar. O cérebro pode escravizar e alienar o ser humano, tanto quanto a sua dimensão física. Aquele que pensa eleva-se a um patamar muito acima do mundo físico e mesmo intelectual. O pensador de Rodin está no extremo oposto ao homem físico, ao homemmúsculo, primitivo e banal que vive no mundo vegetal da força bruta. No entanto, o
Pensador eleva-se, ainda, acima do homem que pondera e calcula. Ele entrou no domínio da alma, o maior dos universos. Para lá do físico, para lá do cérebro está à alma, o espírito, a dimensão maior do Humano. O pensador de Rodin pensa e sente; talvez chore e ria; talvez o faça apenas dirigindo-se ao seu próprio interior. Porque a nudez do corpo nada diz sobre a imensidão do seu íntimo. A nudez exprime a dimensão estética; a reflexão explora toda a dimensão da alma.
Talvez hoje, mais de um século passado sobre a obra de Rodin, seja necessário pensar um pouco mais na inutilidade da dimensão física e na escravidão do raciocínio. Talvez o convite deste pensador seja o retorno ao universo imenso e encantador da alma; onde a poesia e a arte preenchem a espírito; onde o sentido da vida se resume ao verdadeiro sentir, ao mundo encantado, mas profundamente