os problemas isoladamente, mas dentro de um conjunto de fatos, fatores e valores que estão relacionados entre si. A reflexão filosófica contextualiza os problemas tanto verticalmente, dentro do desenvolvimento histórico, quanto horizontalmente, relacionando-os a outros aspectos da situação da época. Assim, embora os sistemas filosóficos possam chegar a conclusões diversas, dependendo das premissas de partida e da situação histórica dos próprios pensadores, o processo do filosofar será sempre marcado por essas características, resultando em uma reflexão rigorosa, radical e de conjunto. Ceticismo e dogmatismo em filosofia A partir do que foi colocado, percebemos que para filosofar não podemos manter nem uma atitude cética nem sua contrapartida, uma atitude dogmática perante o mundo e o conhecimento humano. Se, de um lado, necessitamos de certezas, de conhecimento válido para orientar nossas ações, de outro, sabemos que essas certezas fazem parte de momentos históricos, de pontos de vista a partir dos quais analisamos o nosso estar no mundo. O ceticismo O cético, no sentido comum, é aquele que desconfia de tudo, que não acredita nas possibilidades que estão a sua frente. Por exemplo, alguns alunos, no início do segundo semestre letivo, diante do seu mau desempenho escolar, tornam-se céticos com relação à possibilidade de aprovação e não se esforçam mais. Do ponto de vista filosófico, porém, dá-se o nome de ceticismo à corrente de pensamento que duvida de toda e qualquer possibilidade de se chegar ao conhecimento verdadeiro. Por exemplo, Montaigne, filósofo francês do século XVI, partindo da idéia de que toda verdade é relativa à época, ao contexto histórico e à situação pessoal de cada um, afirma que o homem deve renunciar à pretensão de chegar a qualquer certeza. Não há possibilidade sequer de saber se as sensações são reais ou imaginadas. Assim sendo, os homens devem abster-se de emitir qualquer juízo, uma vez que toda afirmação é