filosofia
A sabedoria antes da filosofia é bastante visível para os estudiosos pois alguns sábios fizeram seu nome que sempre serão estudados. Há algo essencial nesse saber que exige nome próprio. O amor pela sabedoria foi expresso pela primeira vez por Pitágoras (século 6 a.C.) que, elogiado por sua eloquência e indagado pelo saber que a inspirava, afirmou não ser um sábio (sophós), e sim um amante da sabedoria, um filósofo. Surpreso com a novidade do nome, o príncipe que o admirara perguntou-lhe o que eram os filósofos. A resposta metafórica comparou a vida humana às atividades ocorridas durante os jogos públicos, aos quais uns compareciam para brilhar nos exercícios físicos; uns aproveitavam a multidão reunida e iam em busca de comércio; e outros não buscavam dinheiro ou aplauso, e sim conhecimento: lá estavam para observar. Assim, teria dito Pitágoras: “Nós viemos à existência como se vai a uma grande feira, alguns como escravos da fama, uns ambiciosos de lucros, e outros ávidos de sabedoria. A estes últimos, mais raros, chamamos filósofos.”
Inicialmente, o termo theorós referia-se a espectadores que assistiam aos jogos olímpicos, a comandantes convidados a passar tropas em revista, a uma espécie de embaixador cuja função era estar presente e contemplar. O teórico era o espectador no sentido mais autêntico da palavra, e a teoria era uma forma de participação espetacular. O verbo filosofar apareceu quando o historiador Heródoto (século 5 a.C.) apresentou a autarquia como ideal da verdadeira felicidade e considerou que a vida contemplativa ou teórica era superior, por passar ao largo das disputas materiais. A Filosofia nasceu como nomeação sob a égide da ética eudaimônica e do pensamento não-instrumentalizado. Mas antes de o nome ser registrado já havia Filosofia e filósofos. Oficialmente, a Filosofia surgiu no século 6 a.C, em Mileto. É curioso notar que teve origem em uma colônia da Ásia menor,