Filosofia
O método materialista histórico dialético: alguns apontamentos sobre a subjetividade
Alvaro Marcel Alves Faculdade de Ciências e Letras da UNESP-Assis
Resumo: o artigo trata da exposição de alguns aspectos do método materialista histórico dialético e sua contribuição para o estudo da subjetividade. Apresenta definições epistemológicas e conceituais conforme tratadas por Marx e alguns comentadores. Na última parte é apresentado um esboço de uma psicologia marxista conforme proposta por autores soviéticos, sobretudo Vygotsky e como este autor incorpora o método dialético na análise dos fenômenos psicológicos. Palavras-chave: dialética marxiana, psicologia, subjetividade, mediação.
INTRODUÇÃO A crescente sofisticação do conhecimento levou o homem a duvidar da milenar explicação mágica do mundo e a tentar compreendê-lo com teorias que, baseadas na experiência objetiva, abrangessem desde a natureza e a origem da vida e do universo até a relação do próprio ser humano com essa realidade. Essas teorias dividiram-se de modo esquemático em duas grandes tendências: materialismo e idealismo. Materialismo é toda concepção filosófica que aponta a matéria como substância primeira e última de qualquer ser, coisa ou fenômeno do universo. Para os materialistas, a única realidade é a matéria em movimento, que, por sua riqueza e complexidade, pode compor tanto a pedra quanto os extremamente variados reinos animal e vegetal, e produzir efeitos surpreendentes como a luz, o som, a emoção e a consciência. O materialismo contrapõe-se ao idealismo, cujo elemento primordial é a idéia, o pensamento ou o espírito. A concepção marxista é uma ciência à qual o pensador alemão Karl Marx deu o nome de materialismo histórico e cujo objeto são as transformações econômicas e sociais, determinadas pela evolução dos meios de produção. Marx constrói uma dialética (do grego dois logos) materialista, em oposição à dialética idealista hegeliana. O materialismo dialético pode ser