Filosofia
Argumentação, verdade e ser
A realidade diz-se de diferentes maneiras e apresenta-se em contextos diferentes, com significados diferentes. Com isto, encontramos diferentes discursos sobre a realidade (artístico, filosófico, político, religioso, científico, etc.). A cada um deles corresponde uma interpretação do ser ou da realidade que pretende ser verdadeira. Mas os discursos são sempre contextualizados e os contextos não só são diversos como se alteram ao longo dos tempos.
As teorias e leis científicas são consideradas como bons modelos explicativos (mas provisórios) do real. A verdade adquire, nos nossos dias, um estatuto diferentes; como diz Edgar Morin, ela é biodegradável.
As teorias filosóficas estiveram, dependentes das suas perguntas e respostas tradicionais. A verdade- única, absoluta e universal, capaz de dizer uma realidade absoluta, perfeita e imutável.
Foi assim que nasceram as oposições filosofia/retórica, verdade/opinião.
A lógica formal junta-se uma lógica do preferível, uma lógica que fundamenta as nossas escolhas. A razão não é mais entendida como a faculdade humana detentora (a priori) de conhecimento verdadeiros e unívocos, mas como faculdade humana portadora (a posteriori) de conhecimentos plurívocos e mais próxima da possível verdade. Assim, uma nova conceção da racionalidade- uma racionalidade argumentativa.
Apesar de existirem diferenças entre os seres humanos, a afirmação de um auditório universal, surge como garantia da possibilidade de estabelecer consensos.
O discurso é sempre plural. A razão, comum a todos os homens, não pode ser descontextualizada. Esta nova razão argumentativa, universalidade do discurso com vista ao entendimento.
Afirmação de uma (ou várias) verdade (s) possível (eis) a uma atitude critica, de abertura e questionamento face ao real. Para a filosofia contemporânea, a busca da verdade não é mais incompatível com a retórica; pelo contrário, há quem afirme poder encontrar nesta o método da