Filosofia
Fundamentos da Teoria dos Signos
[1] Nemo autem vereri debet ne characterum contemplatio nos a rebus abducat, imo contra ad intima rerum ducet.
Leibniz
Tradução de
António Fidalgo
Universidade da Beira Interior
Índice
I. Introdução
1. Semiótica e Ciência
II. Semiose e Semiótica
2. A natureza de um signo
3. Dimensões e níveis de semiose
4. Linguagem
III. Sintaxe
5. A Concepção Formal da Linguagem
6. Estrutura Linguística
IV. Semântica
7. A Dimensão Semântica da Semiose
8. Estruturas Linguísticas e Não Linguísticas
V. Pragmática
9. A dimensão Pragmática da Semiose
10. Factores Individuais e Sociais na Semiose
11. Uso e Abuso Pragmáticos dos Signos
VI. A Unidade da Semiótica
12. Significado
13. Universais e Universalidade
14. Interrelação das Ciências Semióticas
VII. Problemas e Aplicações
15. Unificação das Ciências Semióticas
16. A Semiótica como Organon das Ciências
17. Implicações Humanísticas da Semiótica
I. Introdução
1. Semiótica e Ciência
Os homens são os animais que mais utilizam signos. É evidente que outros animais para além dos homens respondem a certas coisas como signos de outra coisa diferente, mas estes signos não atingem a complexidade e a elaboração que podemos encontrar na linguagem humana, na escrita, nas artes, em dispositivos de testes, na diagnose médica, e em instrumentos de sinalização. A ciência e os signos estão indissoluvelmente ligados, pois que a ciência oferece aos homens, por um lado, signos mais fiáveis e, por outro, insere os resultados obtidos em sistemas de signos. A civilização humana está dependente de signos e sistemas de signos, e a mente humana não se pode separar do funcionamento de signos – se é que a mente não deve ser identificada com tal funcionamento.
É muito provável que os signos nunca tivessem sido estudados tão intensamente, por tantas pessoas e de tantos pontos de vista, como nos nossos dias. O exército de investigadores inclui