filosofia
pressão arterial e grupos sociais
Jairo Jesus Mancilha Carvalho*
Nelson A. Souza e Silva**
Jorge Martins de Oliveira**
Eduardo Arguelles **
José Ananias F. Silva ***
PRESSÃO ARTERIAL E GRUPOS SOCIAIS.
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO.
Foram estudados 1773 homens de 20 anos, pertencentes a 7 grupos sociais e profissionais:
200 médicos, 167 trabalhadores rurais, 151 índios, 218 operários de indústria, 205 presidiários, 669 praças e 163 oficias da Marinha.
Das várias variáveis analisadas, a idade, a raça, o peso corporal, o estresse emocional, a história familiar de hipertensão, os grupos sociais e profissionais tiveram correlação estatisticamente significativa com os níveis pressóricos.
Encontrou-se uma prevalência de hipertensos da ordem de 16,1%. A maior taxa de hipertensão foi observada no grupo de presidiários (26,3%) e a menor no de oficiais (6,7%). De modo geral, os grupos de nível social mais baixo demonstraram maior prevalência de hipertensão arterial.
Do total de hipertensos, 72,4% ignoravam a enfermidade, apenas 16% estavam sob tratamento, e desses somente a metade exibia níveis normais de pressão arterial. Apenas 1 em cada
12 hipertensos tinha sua hipertensão controlada por tratamento eficaz.
Tendo em vista que a pressão arterial elevada, lábil ou fixa, sistólica ou diastólica, em qualquer idade ou sexo, quando tomada como fator único, emerge como o mais potente contribuinte para a mortalidade e morbidade cardiovascular 1,2 e, considerando que o tratamento antihipertensivo reduz a incidência de complicações cardiovasculares3,4, é evidente a importância de estudos epidemiológicos visando a identificar os grupos populacionais com maior tendência à hipertensão, para que se estabeleçam os fatores que têm influência na elevação da pressão arterial (PA) e, conseqüentemente, sejam concentrados esforços para sua eliminação.
Diversos autores têm estudado o comportamento da
PA em diferentes populações5-7 e as complicações produzidas