Filosofia
“Todos os homens por natureza desejam conhecer. Uma indicação disto é o prazer que temos com nossos sentidos; ainda que isolados de sua utilidade, são amados por eles mesmos; e acima de tudo, o sentido da visão. Pois nem tão somente com vistas à ação, mas mesmo que não queiramos fazer nada, preferimos a visão a qualquer outra coisa. A razão disso é que ela, mais do que todos os outros sentidos, nos faz saber e traz à luz muitas diferenças entre as coisas.” (ARISTÓTELES, Metafísica, I.1, 980 a 21-7)
“Portanto, é lógico que quem por primeiro descobriu alguma arte, superando os conhecimentos sensíveis comuns, tenha sido objeto de admiração dos homens, justamente enquanto sábio e superior aos outros, e não só pela utilidade de algumas de suas descobertas. E também é lógico que, tendo sido descobertas numerosas artes, umas voltadas para as necessidades da vida e outras para o bem-estar, sempre tenham sido julgados mais sábios os descobridores desta d que os daquela, porque seus conhecimentos não eram dirigidos ao útil. Daí resulta que, quando já se tinham constituído todas as artes desse tipo, passou-se à descoberta da ciências que visam nem ao prazer nem às necessidades da vida, e isso ocorre primeiramente nos lugares em que primeiro os homens e libertaram de ocupações práticas. Por isso as artes matemáticas se constituíram pela primeira vez no Egito. De fato, lá era concedida essa liberdade à casta dos sacerdotes.” (ARISTÓTELES, Metafísica, I.1, 981 b 13-25)
“..., se os homens filosofaram para libertar-se da ignorância, é evidente que buscavam o conhecimento unicamente em vista de saber e não por alguma utilidade prática. E o modo como as coisas de desenvolveram o demonstra: quando já se possuía praticamente tudo o de que se necessitava para a vida e também para o conforto e para o bem-estar, então se começou a buscar essa forma de conhecimento”. (ARISTÓTELES, Metafísica, I. 2, 982 b 20-4).
“Ora, enquanto os outros animais vivem com