Filosofia

464 palavras 2 páginas
Fruto de um curso ministrado pelo historiador Quentin Skinner na Universidade de Oxford entre 2002 e 2003, Hobbes e a liberdade republicana, lançado pela Editora Unesp, tem o objetivo de romper com a aparente homogeneidade do conceito de liberdade nas obras do pensador inglês Thomas Hobbes, sugerindo que sua definição no Leviatã (1651) representa não uma revisão, mas um repúdio ao que ele havia anteriormente argumentado, em textos como Os elementos (1640) e Do cidadão (1642), e que esse desenvolvimento reflete uma mudança substancial no caráter de seu pensamento moral.

A teoria política de Hobbes discute uma construção racional da sociedade. O pensador aponta a natureza do poder absoluto dos soberanos e desenvolve a ideia do contratualismo como contraposição ao estado de guerra total descrito por ele como Estado Natural (ausência de governo). Quentin Skinner mobiliza duas correntes teóricas a respeito da origem da liberdade humana: uma que se origina na antiguidade clássica e está no centro da tradição republicana romana da vida pública, e outra que seria a oposição de Hobbes a ela. Na teoria republicana, o espaço público se orienta pela distinção dos indivíduos que vivem sob o status de homens livres ou os que vivem na servidão. Em sua essência, um poder arbitrário é capaz de suprimir as liberdades civis, pois ele pode reduzir a liberdade à servidão. Hobbes se opõe a esta ideia de liberdade e concentra seus esforços contra esta teoria, o que marca a história do pensamento político inglês.

O autor articula a teoria de Hobbes ao contexto em que o filosofo viveu e mostra de que maneira suas abordagens para explicitar as razões da liberdade humana estavam marcadas pelas reivindicações de autores radicais e parlamentaristas do século XVII. Ele traz o pensamento de Hobbes para uma perspectiva clara, descendo do pedestal filosófico para identificar e decifrar seu posicionamento no debate político. Mais do que isso, a obra expõe os conflitos ideológicos que cercam

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