filosofia
Conceito
O diário é um dos géneros da literatura autobiográfica. Registo das vivências e sentimentos de um “eu” face ao mundo que o rodeia, possui, por esse motivo, um carácter intimista e confidente. O diário é o testemunho Quotidiano, por vezes com algumas descontinuidades, do quotidiano de alguém que fixa, através da escrita, factos, desejos, emoções.
Estrutura
O diário possui uma estrutura bastante característica: é repetitivo – cada dia corresponde a um registo de situações e sentimentos diferentes e é identificado pela respectiva data; o autor dirige-se ao diário como a um confidente, sendo frequente a utilização do vocativo “Querido diário” ou até a criação de um nome para o saudar; os registos são ordenados por ordem cronológica de ocorrência.
Características
Além de obedecer a uma estrutura específica, o diário encerra características próprias:
1. o protagonista e o narrador são coincidentes, ou seja, são a mesma entidade. Por esse motivo, a modalidade de enunciação do discurso utilizada é a primeira pessoa. O diário é testemunha de uma situação de comunicação unilateral;
2. a matriz discursiva é muito livre, uma vez que o narrador dá livre expressão ao curso do seu pensamento. Não existe, excepto no diário de ficção, a intenção de agradar os leitores, porque o diário destina-se ao próprio autor;
3. o discurso é subjectivo, a escrita é confessionalista. O nível de língua é familiar, o registo é informal e o vocabulário bastante simples;
4. utilização de deícticos, marcas da presença do sujeito no discurso que produz. A referência deíctica pode ser dada por pronomes pessoais, determinantes possessivos ou demonstrativos, advérbios de tempo ou de lugar,
5. por vezes, a narração é descontínua, intercalada, porque apenas ocorre quando o sujeito de enunciação deseja registar algo.
Tipos de diário
Existem dois grandes tipos de diário, de acordo com o tipo de receptor a que se destinam:
Diário pessoal – este