FILOSOFIA METODO FILOSOFICO
Se uma ciência busca recortar um conjunto homogêneo de fenômenos e reduzi-lo a uma clave explicativa comum que possa ser confirmada ou impugnada por todos os pesquisadores interessados, o resultado dela é necessariamente uma série de sentenças articuladas entre si por nexos lógicos e referida ao mundo da experiência por um sistema de procedimentos de verificação.
Uma técnica, ao contrário, reúne várias correntes causais autônomas e heterogêneas, irredutíveis a princípios comuns e unificadas tão somente pelo resultado a obter. Nenhuma técnica, por mais simples que seja, se reduz à aplicação de um princípio científico único. Nenhuma técnica, a rigor, se deixa explicar totalmente pela ciência. A técnica tem sua racionalidade própria, interseccionada com a da ciência mas não redutível a ela.
O resultado do trabalho científico são afirmações abstratas válidas para um certo domínio previamente recortado segundo uma homogeneidade hipotética, que a investigação científica, se bem sucedida, transfigurará em homogeneidade tética, ou positiva, fundamentando na experiência, retroativamente, o recorte adotado de início.
O resultado da obra técnica é um produto concreto (de cum crescior, “crescer junto) obtido pela articulação real, não ideal, de diferentes concreções parciais.
A filosofia é uma técnica porque o resultado a que ela visa não é um conjunto de afirmações abstratas sobre esta ou aquela parte da realidade, nem mesmo sobre a “realidade como um todo”: é a capacitação do sujeito cognoscente humano individual para a apreensão concreta dos nexos entre conhecimento e realidade, apreensão sem a qual nenhum conhecimento, cientifico ou não, pode estar seguro de que faz sentido, nem de que seu objeto corresponde a algo no mundo real.
Diante de qualquer conhecimento, a filosofia busca esclarecer:
· Sua inteligibilidade
· Sua significação
· Sua realidade
· Sua posição na ordem geral conhecida
· Seu