Filosofia Da Linguagem

FILOSOFIA DA LINGUAGEM

A LINGUAGEM É UM JOGO COMUNICACIONAL QUE LIDA COM AS SUPERFÍCIES, DESVINCULANDO-SE DE QUALQUER SUBSTRATO METAFÍSICO QUE LHE SIRVA DE FUNDAMENTO SUPERIOR

NIETZSCHE E A VERDADE

Ao representar a objeção ao caráter epistemológico e moral embutido tradicionalmente no conceito de verdade, Nietzsche se contrapões ao realismo platônico da Linguagem, segundo o qual existe adequação plena entre os nomes e as coisas denominadas. A palavra representaria a essência dos entes, e o filósofo-legislador é o sujeito mais capacitado a decifrar o âmago das coisas e representa-las convenientemente com signos linguísticos. No Crátilo, Platão desenvolve a tese de que a Etimologia das palavras descreve com exatidão os tributos dos deuses gregos, daí decorrendo sua exatidão metafísica. Todavia, Platão não explica convenientemente como determinado vocábulo representa determinado sentido.
Transpondo criticamente essa problematização para o nosso alfabeto, poderíamos perguntar: por que a letra “a” possui um som que lhe atribuído em nossa linguagem? Não seria uma relação arbitrária? Podemos raciocinar da mesma forma sobre os nomes que denominam as coisas: nos primórdios das línguas, seriam meras relações convencionais que, com o passar do tempo, adquiriram aceitação das comunidades arcaicas mediante o esquecimento justamente desse caráter convencional originário, de modo que se passa a acreditar na relação intrínseca entre nomes e coisas, prevalecendo assim uma compreensão metafísica da Linguagem?
A própria tradição social reforça essa perspectiva, ao estabelecer interditos acerca da pronunciação de determinados nomes, seja pelo seu poder sagrado, seja por sua maldição, pois o nome supostamente evocaria a presença do ser e jamais deve ser dito de forma despropositada pelo falante incauto. Segundo Nietzsche, “Dispostas lado a lado, as diferentes línguas mostram que, nas palavras, o que conta nunca é a verdade, jamais uma expressão adequada: pois, do contrário,