Filosofia da linguagem
Constituída tardiamente como campo de estudo, a semântica fez no entanto rápidos progressos, determinados pela necessidade de estabelecer uma rigorosa e científica teoria do significado, que pudesse precisar as relações entre a linguagem e a realidade à qual se faz referência.
Semântica é o estudo do significado das palavras e de sua evolução histórica ou, numa acepção mais estrita, das relações das palavras com os objetos que designam. O termo, derivado do grego semantikós, "significativo", foi cunhado pelo lingüista francês Michel Bréal que, na obra Essai de sémantique (1897; Ensaio de semântica), lançou as bases da nova "ciência das significações", integrada à lingüística ou gramática geral, e paralela à fonética, ciência dos sons.
O estudo da semântica pode ser abordado tanto de uma perspectiva lógico-filosófica -- centrada sobretudo na análise dos vínculos entre as palavras ou signos e seus referentes (objetos), e no estabelecimento de conceitos tais como nominação, conotação, denotação e verdade -- como do ponto de vista lingüístico, que trata de forma geral a problemática das relações entre pensamento, linguagem e significado, e pretende estabelecer o papel da semântica enquanto componente lingüístico, além de definir sua relação com outros componentes, tais como a sintaxe e a morfologia.
Como todo problema conceitual deve ser necessariamente abordado por meio de uma linguagem, a determinação das relações entre os termos e seus significados constitui objeto de prioritário interesse filosófico. Essa circunstância foi particularmente enfatizada durante a década de 1920 pelo neopositivismo, ou positivismo lógico, surgido em torno do chamado Círculo de Viena, cujos membros, convencidos de que muitos dos problemas filosóficos não passavam de conseqüências da imprecisão das linguagens naturais, empreenderam a elaboração de uma linguagem ideal, isenta de ambigüidade, sobre a qual se pudesse edificar uma teoria semântica de caráter lógico.