Filosofia antiga e medieval
Talvez nada caracterize melhor o ser humano do que a consciência, isto é, o desenvolvimento dessa atividade mental que nos permite estar no mundo com algum saber, “com-ciência”. Por isso, a biologia classifica o homem atual como sapiens sapiens: o ser que sabe que sabe. Isso significa que o homem é capaz de fazer sua inteligência debruçar sobre si mesma para tomar posse de seu próprio saber, avaliando sua consistência, seu limite e seu valor.
O animal sabe. Mas, certamente ele não sabe que sabe: de outro modo teria há muito multiplicado invenções e desenvolvido um sistema de construções internas. Consequentemente, permanece fechado para ele todo um domínio Real, no que nos movemos. Em relação a ele, por sermos reflexivos, não somos apenas diferentes, mas outros.Não só simples mudança de grau, mas mudança de natureza, que resulta de uma mudança de estado.
CHARDIM, Teilhard de .
O fenômeno humano, p 187.
O processo contínuo de conscientização faz do homem, portanto, um sistema aberto, fundamentalmente relacionado com o mundo e consigo mesmo. O ser humano pode voltar-se para dentro de si, investigando seu íntimo. E projetar-separa fora, investigando o universo.
Assim, a conscientização faz do homem um ser dinâmico, eterno caminhante destinado à procura e ao encontro da realidade. Caminhante cuja estrada é feita da harmonia e do conflito com o ser, o saber e o fazer, dimensões essenciais da existência humana.
Despertar da consciência critica
Vimos que a consciência pode centra-se sobre o próprio sujeito, sondando a interioridade, ou sobre os objetos exteriores, sondando a alteridade (do latim alter “outro”) . Há, portanto, duas dimensões complementares no processo de conscientização:
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