Filo
). O título do livro, “O Fenômeno Humano, não é uma “expressão tirada ao acaso”9
, como diz o próprio autor, possui um objetivo específico: afirmar o Homem, dentro desta “história” do cosmo, como um ser acima de todos os outros seres, acima de toda a natureza: “Estas páginas [do livro] representam um esforço para ver e fazer ver o que passa a ser e o que exige o Homem, quando o inserimos, todo inteiro e até o fim, no quadro das aparências”10. Teilhard procura, a partir de suas reflexões sobre a condição humana, levar o mesmo a ver e entender sua origem, sua existência, seu papel e seu fim na história do mundo vivo do qual faz parte. É preciso, segundo ele, olhar e ver, ter olhos cada vez mais abertos e perfeitos para o entendimento, pois, se por um acaso não se veja, não se consiga entender tais propósitos, o perecer, a volta ao caos, torna-se algo inevitável, já que o ver capacita o ser a ser; e “ser mais e unir-se cada vez mais”11 na busca de um fim único, que é o que o Homem é ou pelo menos deveria buscar ser.
1. A Pré-Vida12 Pierre Teilhard de Chardin, cientista naturalista, toma como pressuposto uma criação, surgimento do universo e do mundo, a partir de um processo evolutivo baseado, mesmo que alguns digam que não, no pensamento de Charles Darwin. Tudo, para ele, surgiu de um algo que era em princípio o todo que existia, uma única coisa da qual todas as outras coisas surgiram e evoluíram, constituindo assim o plural das coisas [coisas diferentes]13. Esse plural é também unidade, unidade na homogeneidade, pois todas as coisas possuem uma origem comum; e também unidade na coletividade, já que o coletivo de seres independentes resulta na busca por um objetivo ou sentido único, o que acarreta, de certa