filo
Professora: Lygia Maria
Leitura: objetivos, estratégias e contextos
No início dos estudos sobre texto e ensino, considerava-se alfabetizado o indivíduo que conseguia decodificar sequências de palavras. Sabe-se hoje que apenas a decodificação não é suficiente para pensarmos em leitura. Isso porque, para ler, precisamos identificar o sentido global do texto, fazer associações, pensar no contexto etc. Ou seja, para falarmos em leitura, não podemos mais imaginar um leitor passivo, que apenas recebe informações. Pelo contrário, o leitor é o construtor dos sentidos de um texto.
Dessa forma, o leitor pode ler um texto de diversas maneiras. Em nosso material base, foram apresentadas cinco formas de leitura: leitura parafrástica, leitura comparativa, leitura referencial, leitura interpretativa e leitura polissêmica. A definição de cada tipo de leitura é apresentada de maneira bastante objetiva no E-book, portanto, neste resumo, irei apresentar apenas as ideias principais acerca das “formas de ler”.
Vejamos um trecho do Soneto de Separação, de Vinícius de Moraes. “De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto”.
A espuma do terceiro verso, muitas vezes, é interpretada como a saliva de duas pessoas. Melhor dizendo, em “E das bocas unidas fez-se a espuma”, entende-se que as bocas que antes se beijavam não estão mais juntas, restando somente a saliva e não mais o beijo.
Ao se estudar um pouco sobre a biografia do autor, verifica-se que o Soneto de Separação foi escrito quando Vinícius de Moraes viajou sem a sua futura esposa. O texto faz referência ao momento de partida no porto e a “espuma” seria a espuma do mar que se criou a