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“Te Doy Mis Ojos” de Icíar Bollaín
(Dou-te os meus Olhos)
“Short Term 12” de Destin Cretton (Temporário 12)
“Te Doy Mis Ojos” de Icíar Bollaín
(Dou-te os meus Olhos)
Violência doméstica, relações familiares, casal e família, herança transgeracional, processo terapêutico, degradação pessoal e social … Estes são alguns dos temas abordados no filme de Icíar Bollaín, temas tão fortes quanto sensíveis e complexos.
“Dou-te os meus olhos” retrata a vida de um casal contemporâneo, pertencentes à classe popular, que vivem em desconformidade de conceitos: onde se diz lar lê-se inferno, onde se diz amor lê-se dor e quem promete protecção só oferece pânico. Esta é a realidade de Pilar, casada com António, tendo um filho em comum Juan.
Pilar coloca nas mãos do esposo todo o seu corpo e alma. O título do filme já traz em si o discurso de doação de si mesma a António, não sendo isso suficiente para este homem com personalidade violenta, agressiva, astuta e controladora.
Vítima de violência física e psicológica prolongada, Pilar na calada da noite decide abandonar o lar com o seu filho e refugia-se em casa da irmã. Apesar do desejo incessante de mudar a sua vida, depara-se com vários constrangimentos que a pouco e pouco a vão dissuadindo da decisão que tomou … Deixou de ter um lar que seja realmente seu, o filho verbaliza ter saudades do pai, António tenta demovê-la com falsos gestos de carinho e arrependimento e não tem emprego o que implica uma dependência de terceiros e consequentemente um peso para a sua irmã.
No entanto, com o apoio desta, Pilar recomeça a sua vida, essencialmente do ponto de vista profissional. Ao percepcionar a competência e o bom ambiente laboral em que a vítima está inserida, António sente-se atormentado pois existe uma necessidade extrema de ter a esposa sobre o seu único domínio para que a possa controlar, fazendo com que esta se torne totalmente dependente