Assistir ao filme: "O Jardineiro Fiel" de Fernando Meireles nos provoca indignação a situação apresentada na tela: pessoas em situação miserável sendo cobaias em tratamentos para doenças atualmente incuráveis, como a Aids. A história do filme é de um diplomata que se muda para uma região da África com sua jovem esposa. Ela sendo uma pessoa extremamente solidária e preocupada com as questões sociais, descobre uma "máfia" de laboratórios receitando os mais diversos medicamentos a população e consumindo com os corpos de muitas vítimas de sua experiência. A esposa mantinha o diplomata alheio a essas informações para protegê-lo. Tessa, a esposa do diplomata, acaba descobrindo várias provas e intenciona denunciar essa situação na Organização Mundial das Nações Unidas (ONU). Não contarei todo o enredo, para não frustar a expectativa de assisti-lo, mas esse drama nos faz pensar na visão de mundo tida por pessoas que usam cobaias humanas. Não parece ser ficcional essa história. Talvez, desconheçamos as pessoas envolvidas nesse tipo de "experiência". Nesse sentido, questiono a nossa responsabilidade por desconhecermos, não nos envolvermos com a exploração de pessoas, usadas em sua ignorância e situação de extrema miséria, para fins lucrativos. No filme, a justificativa para tal barbárie, eram os fins científicos utilizando vidas que estariam ceifadas pela situação econômica e social das mesmas. Além disso, envolve a vontade das pessoas ficarem saudáveis. Muitos quando estão doentes submetem-se a qualquer experiência na esperança de curar-se. Sendo assim, por toda sua qualidade enquanto obra, sendo a fotografia belíssima, pela relevância da narrativa trazendo a tona uma realidade chocante eu recomendo "O Jardineiro Fiel" com toda sua carga