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Realidade Brasileira
Analfabetismo: uma forma de exclusão
O analfabetismo constitui-se no maior fracasso do sistema educacional brasileiro.
Por isso, precisamos questionar: quais são as suas raízes históricas?
Por que, depois de tantos investimentos e tentativas, os analfabetismos (absoluto, funcional e outros) estão ainda longe de serem superados? Afonso Celso Scocuglia, professor da Universidade Federal da
Paraíba (UFPB) e pesquisador do CNPq.
Endereço eletrônico: afonso.scocuglia@pq.cnpq.br
Um dos resultados de pesquisa mais chocantes a respeito da educação brasileira foi comunicado em 2007, com a divulgação do Indicador Nacional de
Alfabetismo Funcional (Inaf). Entende-se por alfabetismo funcional a capacidade de emprego do conhecimento para o desempenho da cidadania e das atividades cotidianas. Na pesquisa, apenas 28% da população são plenamente alfabetizados.
A taxa de analfabetismo absoluto é de
7%, e os níveis rudimentar e básico estão em 25% e 40%, respectivamente.
Os índices têm melhorado ao longo dos anos, mas ainda estão longe de
Analfabetismo Absoluto: não sabe ler, nem escrever nada.
10 - setembro/2009
serem satisfatórios. Quem são os responsáveis por esse quadro? Serão os analfabetos de vários tipos os responsáveis pelo fracasso? Serão eles os únicos fracassados? Enfim, por que o Brasil ainda é um país cuja grande maioria pode ser enquadrada em algum tipo de analfabetismo? Problema complexo
A quantidade quase infindável de questões sobre isso demonstra a complexidade desse problema brasileiro. Não é fácil resolvê-lo. De uma maneira geral, podemos dizer que é um dos sustentáculos da cultura da exclusão que vem sendo forjada desde a nossa colônia escravista.
Seus pilares estão fincados nas “raízes do Brasil” sobre as quais o célebre Sérgio Buarque de Holanda nos ensinou.
Foi produzido pelos “donos do poder”, como aprendemos com Raimundo