Filme São Paulo S/A na ótica de Durkheim
1. Contexto histórico 2
2. Vida e obra de Émile Durkheim 4
3. Análise de “São Paulo S/A” à luz do diagnóstico durkheimiano 5
4. Conclusão 8
5. Referências bibliográficas 9
1. Contexto histórico
O filme “São Paulo Sociedade Anônima”, lançado em 1965, tem seu enredo desenvolvido na capital paulista, entre os anos 1957 e 1961. Dirigido por Luís Sérgio Person e tendo em seu elenco nomes como Walmor Chagas, Eva Wilma, Ana Esmeralda, Darlene Glória e Otello Zeloni, o filme dá enfoque à classe média da época, que buscava enriquecer com o ideal desenvolvimentista. A década de 1950 marcou profundamente a história do País e foi decisiva na formação da sociedade brasileira do fim do século XX. Com seu caráter predominantemente rural, o país observou consideráveis mudanças nos âmbitos sociais e econômicos, com o advento de indústrias e da urbanização. Governos desenvolvimentistas como Vargas e Juscelino Kubitschek modificaram a infraestrutura do país e montaram um complexo automobilístico no ABC paulista. Essas transformações atingiram até o âmbito cultural: o vestuário, os aparelhos modernos presentes nas casas do povo e a disseminação de meios de comunicação como o rádio, a televisão e o cinema.
É nesse contexto histórico de otimismo brasileiro e brusca mudança de costumes que se insere o filme “São Paulo, Sociedade Anônima”. Retrata-se a vida de Carlos (Walmor Chagas), um jovem que pertence à classe média paulistana e que se torna gerente de uma fábrica de autopeças. É importante observar a aparente falta de objetivo que pauta a vida do protagonista, assim como as patologias sociais ressaltadas pelo filme. Ele estabelece relacionamentos instáveis com três mulheres - Ana (Darlene Glória), Hilda (Ana Esmeralda) e Luciana(Eva Wilma); seu chefe, Arturo (Ottelo Zeloni), sonega impostos; e pensa em esquecer seus problemas dedicando-se exclusivamente ao trabalho.
Um dos traços mais marcantes desse