Filme desmundo ( historia do direito brasileiro )
“DESMUNDO” é um ótimo filme, com diversas qualidades. Os atores principais são todos excelentes. Além disso, tem uma reconstituição rica e completa realizada no cinema brasileiro. Os diálogos entre os atores são em português arcaico , do século XVI ( com legendas na ortografia atual), que soa como espanhol aos ouvidos de hoje.
Os anos iniciais da colonização são mostrados como um período duro, de casas precárias, onde as vilas e engenhos precisam ser protegidos por muros para se evitar o ataque de canibais. O trabalho é quase todo feito por escravos índios, sendo os negros ainda pouco numerosos. As mulheres são tratadas de maneira brutal, como animais ou objetos sexuais – natureza a ser possuída e dominada, como a própria colônia recém-fundada.
“DESMUNDO” é um relato do brutal ato de nascimento do Brasil, mas também um elogio aos que viraram esta sociedade pelo avesso, acreditando na esperança, no amor e na capacidade de relações humanas entre as pessoas.
A personagem vivida pela atriz (Simone Spoladore) é uma das órfãs enviadas pela rainha de Portugal com o intuito de desposarem os primeiros colonizadores no brasil. Ela é obrigada a casar-se com Francisco Albuquerque, personagem vivido por (Osmar Prado), e a viver em seu engenho de açúcar. É aproximadamente 1570. A sensível jovem portuguesa pede um tempo ao marido para que possa vir a cumprir suas “obrigações” matrimoniais. Contudo, ele a estupra, numa das cenas mais revoltantes do filme. Ela se vê obrigada a fugir, e chega próximo aos navios que a levariam de volta a portugal, mas ali novamente tentam estuprá-la. Isso apenas não ocorre, porque seu marido nota sua falta e chega ao local no exato momento do ocorrido. Francisco mata três tripulantes do navio que tentaram fazer mal a sua esposa.Diante do fato de ela ter tentado fugir, ele passa a acorrentá-la num pequeno cômodo da casa, onde a única companhia da jovem é uma índia que lhe leva medicamentos para curar-lhe os