Filme brava gente
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Contribuições da antropologia para pensar e fazer saúde. p. 189-218.
Resumo: A autora discute as contribuições da antropologia para os estudos da saúde no Brasil e as dificuldades recíprocas que marcam essa aproximação. Apresenta a produção acadêmica brasileira contextualizada no espaço internacional, as suas principais contribuições e questões diante do panorama atual, propondo, ainda, uma classificação para a produção acadêmica brasileira.
A autora parte de duas indagações para percorrer um caminho entre as principais contribuições da antropologia clássica para a construção das categorias saúde-doença.
Como fazer para que as disciplinas clínicas que lidam com pessoas doentes, pretendendo achar soluções para as causas de seu sofrimento físico, integrem o fato de a essência da pessoa humana ir muito além do seu corpo biológico – sendo ela um ser que pensa, imagina, simboliza, vive de afetos e de fantasmas quanto de alimentos materiais? Como fazer com que aqueles especialistas cuja atuação se dirige aos indivíduos – seja para curá-los, seja para educá-los – admitam o fato de cada pessoa ser inserida em redes, estruturas, formas de pensamento coletivas que até certo ponto marcam e orientam e orientam o seu pensamento?
- RAYNAUT, 2002, P. 43.
O seu percurso parte do início da antropologia clássica, no final do século XIX. Por meio de autores como Radclife-Brown, Lévi-Strauss e Marcel Mauss, nos conduz pelos caminhos das pesquisas antropológicas que tanto estabeleceram as bases um potencial universal do ser humano para produzir e refletir sobre sua realidade quanto situaram a compreensão dos fenômenos culturais. As operações mentais que geram o pensamento mítico, nessa história da antropologia clássica, não são menos complexas do que aquelas que engendram o pensamento científico, segundo Lévi-Strauss.
A seguir, a autora relaciona cinco grandes contribuições da