Filhos
Mais do que em qualquer outra época, os conflitos entre pais e filhos estão a cada dia mais pertinentes e insuportáveis. A escola dá cultura, mas não educa (diria Içami Tiba). Cultura não é suficiente para construir valores e ideais. Isto se transmite pelos exemplos do dia a dia. Afinal, já dizia o sábio: “antes de ouvir seu conselho, verei seu exemplo”. O problema é que para se dar exemplo é necessário convivência. E quem tem tempo para isto hoje em dia? O único tutor disponível para nossos filhos 24 horas por dia é a televisão. E que tutor... A falta de convivência entre pais e filhos leva a uma formalidade e a um distanciamento comum de se ver. Alguns filhos não conseguem abraçar os pais e alguns pais não conseguem dizer “eu “te” amo, filho!”), mesmo sabendo que daria a vida por ele. O filme protagonizado por Rodrigo Santoro – Bicho de sete cabeças - sintetiza os efeitos desastrosos da falta de diálogo em família, com pais distantes da convivência sadia com os filhos. Infelizmente o distanciamento entre pais e filhos tem sido causa dos grandes desastres e tragédias sociais, pois que filhos sem orientação, sem apoio, sem pais que lhes ouçam as angústias, levam para o meio social o desequilíbrio que vivem em casa. Normalmente a fuga para os próprios desajustes, hauridos - por mais paradoxal que possa parecer - no ambiente familiar, encontra refúgio ilusório nas drogas, que agravam os próprios desajustes e precipitam nossos jovens em despenhadeiros de difícil recuperação. Pais têm diversas atitudes para com seus filhos que, às vezes, passam por atitudes amorosas mas que na verdade mostram insegurança, dúvida, ambigüidade, obrigação. Isso ocorre principalmente porque a sociedade nos educa com fortes paradigmas que estão arraigados tanto por uma educação socialmente constituída, quanto pela educação familiar, por conseguinte, reproduzimos nas nossas relações pessoais. O principal paradigma que rege