Filho De Mil Homens
Crisóstomo é um homem solteiro de 40 anos que tem um boneco de pano com um sorriso feito de botões vermelhos. O maior desgosto de Crisóstomo é não ter um filho. Não ter filhos e haver crianças a precisarem de pais. Ele quer ser pai: que ser o pai de mil filhos; Camilo, que não conheceu os pais e perdeu o avô torna-se seu filho, fruto do amor que Crisóstomo lhe dá e ensina; Antonino é um homem, mas não um homem vulgar: é um homem maricas. E sendo um homem maricas, o dever dos seus pais seria de rachá-lo ao meio ou espetá-lo num pai e queimá-lo vivo; Matilde, mãe de Antonino não queima nem racha o filho, mas questiona-se se o deveria fazer, visto que os maricas são diferentes. Em vez de o matar, dedica-se a criar os bichos e a tentar entender as diferenças do filho; Isaura, que tem um nome bonito, cedo perde os frutos do pomar que a sua virgindade lhe oferece, levando-a a ser uma pessoa triste e conformada com a solidão. Até que conhece Antonino e Crisóstomo.
Nesta aldeia rural à beira-mar, estas pessoas começam-se a conhecer e a compreender as suas diferenças, e é precisamente nisso – o diferente – que aprendem a criar laços de amizade e amor. Não obstante a rudeza e os preconceitos que esta aldeia comporta, cruzam-se personagens com muito amor para dar. Bem mais que aquele que pensam já não ter; à medida que interagem uns com uns outros, a mariquice de