Figuras de linguagem

“Composição Estranha”, de Ronaldo Tapajós e Renato Rocha:

Usei a cara da lua As asas do vento Os braços do mar O pé da montanha Criei uma criatura Um bicho, uma coisa Um não-sei-que-lá Composição estranha
Nos versos 1 e 2, ocorre uma metáfora, pois existe uma relação de similaridade entre os termos “cara” – “lua” e “asas” – “vento”. Nos versos 3 e 4, apesar de pressupor o mesmo processo metafórico, os vocábulos “braços” e “pé” foram empregados fora de seu contexto próprio apenas para suprir uma lacuna vocabular, ou seja, na falta de termos próprios, usam-se eles. A essa figura de linguagem chamamos catacrese.

A mentira e verdade
Versões que não se cruzam
Parece marmelada
A mentira só machuca.
E a verdade explode em paz.
Assim, tudo se faboliza:
Era uma vez...Monteiro Lobato

Antítese: mentira e verdade
Metáfora: Parece marmelada
Hipérbole: A verdade explode em paz.
Prosopopeia:Tudo se faboliza

Amor é fogo que arde sem se ver
Luis Vaz de Camões (1524 – 1580)
Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor?
a. "Amor é fogo que arde sem se ver" Neste primeiro verso temos duas figuras de linguagem. "Amor é fogo", neste trecho temos uma metáfora. “... arde sem se ver", aqui temos uma sinestesia (mistura de sensações dos diversos órgãos do sentido). b. "É ferida que dói e não se sente" "É ferida que dói.", temos uma repetição de ideias, ou seja, um pleonasmo. "dói e não se sente" há uma antítese (termos com sentidos opostos).
c. "É servir a quem vence, o vencedor" Neste temos um pleonasmo,