Fichamento

Fichamento referencia Weimer, Gunter . Arquitetura popular brasileira. São Paulo
A arquitetura é um fenômeno eminente cultural, somos forçados a lançar mão de outros conhecimentos para obter dados que se aproximem mais das evidencias dos fatos.
A arquitetura é apenas uma das manifestações da cultura, em razão do que estas devem ser o objetivo maior para o seu entendimento.
O problema da convivência de culturas dispare que hoje está sendo apresentado como uma grande novidade do mundo pós-moderno é secular no Brasil; por isso mesmo, já dispomos de uma longa experiência em sua administração, ainda que nem sempre tenha sido conduzida de forma satisfatória.
No entanto, não era inseto de tensões. As mulheres brancas tinham recebido uma educação profundamente influenciada pela cultura muçulmana, que previa uma ampla submissão feminina a seus maridos. Isso incluía reclusão nas residências, e a simples exposição nas janelas que davam para a rua era motivo para severos castigos. O único motivo que permitia a saída da mulher de casa era frequência a missa, desde que devidamente escoltada e com o corpo totalmente coberto.
A solução desses conflitos levou a uma maior flexibilidade no trato com as concubinas, ás quais eram permitidos o exercício de atividades fora de casa, como lavar a roupa ou “fazer quitanda”: dedicar-se a atividade de compra e venda em praça pública. Porém, dentro de casa havia uma rígida separação entre as escravas e os escravos: enquanto as primeiras tinham seus dormitórios instalados no sótão, os criativos homens dormiam no térreo, conforme a descrição clássica de L. L. Vauthier.
Resumindo, desse caldo de cultura resultou um produto híbrido do com duas faces opostas: uma pública, oficial, erudita, materializada no uso da língua, vestimentas, religião, administração pública portuguesa, que se contrapunha a outra domiciliar, em que os modos de vida de origem berbere (ou moura) se harmonizavam com a culinária, usos e costumes africanos e indígenas. É