Inicio este texto usando as palavras de Lopes e Fuertes(1999 cit in Albuquerque, 1996), que no mundo da sexualidade existem dois polos:” O conservador” e o “Liberal”. Contudo essas duas atitudes são envolvidas culturalmente de preconceitos e discriminação, principalmente se tratando da sexualidade do doente mental. Revelando um conjunto de comportamentos que negam alguns direitos das pessoas com deficiência. (Kempton e Carapulo, 1983; Craft, 1987;Félix e Marques, 1995). A sexualidade do doente mental paira e assombra pais e profissionais que com ele lida. Os pais por sua vez fantasiam seu deficiente como um ser assexuado, ou uma eterna criança, podemos observar isso claramente nas palavras de Foucault( 1994 cit in Giami,2004, p.169). “Atribuimos aos pais a responsabilidade, e, ate culpabiliza-los, pelo excesso de onanismo”. Os pais se assustam com as possíveis consequências negativas que os comportamentos sexuais possam provocar, atribuindo a obrigação de vigiar qualquer tipo de manifestação sexual por parte do deficiente ao profissional que trabalha com seus filhos. A razão para esta superproteção pode ser encontrada na ignorância e na ansiedade face a possíveis abusos sexuais e diante de uma possível descendência( Pan,2003). Os profissionais por sua vez tentam tranquilizar os pais no contexto institucional. Mas ficam entre o que acham melhor para o deficiente e o que a sociedade espera que ele faça, o que seria politicamente correto. E em meio aos conflitos culturais e afetivos dos pais e o choque de opiniões dos profissionais fica o deficiente mental envolto em seus desejos e limitações.