O capítulo 8 do livro de Thomas Skidmore, intitulado “Brasil: de Getúlio a Castelo (1930-1964)” trata do colapso democrático. No decorrer do capítulo, o leitor percebe que este colapso está ligado à duração do governo de João Belchior Marques Goulart, ou simplesmente Jango, o qual governou o país de setembro de 1961 a março de 1964. Inicialmente, faz-se necessário uma noção histórica para entendermos o contexto desse colapso, já que o capítulo isolado não nos traz lembretes e sim muitas retomadas históricas. João Goulart entrou na política com o apoio de Getúlio Vargas como deputado federal e logo em seguida tornou-se Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio no governo do seu indicante. Não se pode dizer que ele era opositor dos empresários e credores das grandes corporações, no entanto Jango era um político populista e, por isso, entre seus objetivos estava a garantia dos direitos dos trabalhadores. Nas palavras de Skidmore, “Era de se esperar que os organizadores da campanha de alfabetização (UNE, Ação Popular) pudessem tentar mobilizar esses eleitores em apoio de políticos populistas, talvez do campo nacionalista radical.”. Isso o faria perder muita credibilidade durante seu mandato. Em seu governo, Jango enfrentou muitas dificuldades. Seriam executadas muitas campanhas contra ele, até maiores do que as anteriores antigetulistas. Ao passo que isso acontecia, “O consenso público no Brasil entrava em desintegração. Elementos representativos das duas extremas proclamavam com frequência cada vez maior sua perda de fé na política democrática.”. Na verdade, em toda a trajetória do governo e mesmo com tentativas de reconquistar poderes presidenciais, percebeu-se que as medidas básicas que deveriam ter sido tomadas estavam sendo adiadas. Pode-se dizer, portanto, que o colapso se deu pelo “acidente” Jango na presidência, logo após a renúncia de Jânio Quadros; entretanto, para a felicidade “coletiva” – principalmente dos credores e empresários – isso logo teria