FICHAMENTO
Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas
Aluna: Tamara Carla dos Santos
Turno: Vespertino
HAVELOCK, Eric. A Apresentação da Musa. IN A Musa Aprende a Escrever. Gradiva: Lisboa, 1996. (pp. 31-35).
Com o objetivo de analisar a aurora da literatura européia, o autor inicia seu texto alegando que tal literatura – especificamente grega – começa com os poemas de Homero e Hesíodo. Mesmo não havendo confirmações, Homero pôde ter aparecido na primeira parte do século VII a.C..
A base utilizada como forma de adotar essa afirmação foi a de que o desempenho se iniciou próximo à provável data de criação do alfabeto grego, no qual foram escritos os poemas, possivelmente em pergaminhos ou folhas de papiro.
A questão principal é que quase nada se sabe sobre os autores. A dedução é feita a partir das personalidades de cada figura nas próprias obras. De forma mais clara, pode-se dizer que eles esperam uma dica.
Hesíodo aparece somente uma vez em um dos quatro poemas e em terceira pessoa, quando as musas o ensinam uma canção. Depois utilizou a primeira pessoa: “As deusas dirigiram-se a mim, o primeiro, este discurso...” Resta a dúvida se Hesíodo pode ser ou não identificado como o “eu“. Diante dessa falta de informações concretas, é impossível ter a certeza. Quiçá a menção do nome seja uma espécie de assinatura.
Quanto à questão das musas, Hesíodo descreve o canto como algo que elas ensinaram. Ele deixa a entender que a musa era, na verdade, composta por nove irmãs, filhas de Zeus com sua mãe.
Já Homero nunca se identifica. Quem quer que ele seja, emite seu convite de modo imperativo. Então ele está como executante, não como autor. Foi ele quem observou a musa como se os versos não fossem dele e sim dela. Na verdade, ele é quem a nomeia como musa.
De acordo com a análise dos poemas, constata-se que ainda passados dois séculos, e os tempos terem mudado, as musas (que agora estão sendo retratadas em cerâmicas) ainda cantam.