FICHAMENTO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO / JORNALISMO
ANDERSON SAMPAIO
HENRIQUE CASTRO
JOÃO R. PAIVA JR.
RAFAEL PANTALEÃO
FILIPE SAAD
FICHAMENTO
UMA HISTÓRIA DO NEGRO NO BRASIL
CAPITÚLO 04
Família, terreiros e irmandades.
As comunidades negras no Brasil foram formadas em meio à desagregação familiar resultante do tráfico e às adversidades da vida escrava. A condição escrava dificultou a formação e consolidação de famílias e comunidades, já que amigos e parentes podiam ser separados pela venda para proprietários diferentes. Para sobreviver sob o cativeiro, os escravos e escravas buscaram acionar relações sociais aprendidas na África e as aqui inventadas. Os vínculos formados a partir do trabalho, da família, dos grupos de convívio e da religião foram fundamentais para a sobrevivência e para a recriação de valores e referências culturais.
Num primeiro momento, o escravo recém-vindo da África era submetido a um treinamento conduzido por senhores e feitores. Estes ensinavam os rudimentos da língua portuguesa, principalmente os que fossem necessários para compreender as ordens do senhor e do feitor. Na cartilha senhorial, antes de tudo, era preciso definir e deixar claro quem mandava e quem obedecia. O senhor desejava também que o cativo compreendesse os rudimentos da religião católica, sobretudo aprendesse a rezar. A sociedade escravista contou com o apoio da Igreja Católica para inculcar nos cativos paciência e humildade como virtudes desejáveis.
Nos grandes engenhos, fazendas de café, nas minas e cidades, a escravaria geralmente era formada por africanos de etnias diversas, além de escravos crioulos. O africano recém-chegado, aqui chamado de boçal, defrontava-se com um ambiente em que coexistiam diversos povos, alguns que se desconheciam, outros divididos por rivalidades religiosas e étnicas. Havia ainda divisões entre africanos e crioulos e entre estes e os pardos ou mulatos. Essas divisões contavam muito na vida