FICHAMENTO
Capítulo V
A refundação da crítica socialista e as revoluções passivas do século XX
“A crise do bloco histórico do Ocidente manifestou-se com maior força precisamente no Oriente interno (Rússia e Áustria-Hungria) e nas áreas de revolução burguesa passiva (Alemanha e Itália). A própria gravidade da crise e a relativa debilidade (ou mesmo ausência) da hegemonia liberal, permitiram que nessas áreas, como aspecto constitutivo da crise, ressurgisse a questão do outro negativo e antagônico à ordem sócio-cultural do Ocidente, por meio de um movimento de refundação da teoria e ação política socialista, a partir da tradição cultural” (DEL ROIO, 1998, 235). “Com a militarização dos Estados e o desenvolvimento da ‘política mundial’ (que posteriormente seria chamada de imperialismo), a tendência seria o congelamento do processo democráticos e sua dissociação da burguesia, de modo que o eixo da luta pela democracia e a consequente transparência dos conflitos sociais cairia em mãos do movimento operário e socialista” (DEL ROIO, 1998, 237). “O traçado estratégico de Lenin e dos bolcheviques era bastante diferente. Partia da consideração de que, diante da debilidade do mercado interno, da dependência da burguesia diante do Estado feudal-absolutista e do financiamento externo, assim como de sua cultura anti-revolucionária, a única classe social de caráter nacional capaz de ocidentalizar a Rússia era a classe operária” (DEL ROIO, 1998, p.239). “O movimento grevista vinha em ascensão na Alemanha desde 1903, tendo atingido seu apogeu em janeiro/fevereiro de 1905, coincidindo então com o início da revolução na Rússia. Embora com divergências sobre organização partidária, já que a Rosa deveria se opor à tendência de burocratização do partido e do sindicato, valorizando manifestações