fichamento
“O vigor de suas palavras dirige-se unicamente contra a tirania e a servidão que a torna possível, em todos os tempos e em todos os países. La Boétie não é um revolucionário, mas é seguramente o primeiro dos modernos, com dois séculos de antecedência. Por isso, sua obra conquistou, ao defender radicalmente a liberdade, uma atualidade em todas as épocas.’’ (p. 25).
“Mas, refletindo bem, é a maior desgraça estar sujeito a um soberano de cuja bondade nunca se pode ter certeza e que tem sempre o poder de ser mau quando quiser. E ter vários senhores é ser tantas outras vezes extremamente infeliz.” (p. 29).
“Se tivesse de debatê-la, antes de saber a posição que a monarquia deve ocupar entre as diversas formas de governar a coisa pública, eu perguntaria se ela deve ocupar alguma, pois é difícil acreditar que haja algo público num governo no qual tudo depende de um só.” (p. 30).
“Por enquanto, gostaria somente de entender como tantos homens, tantos burgos, tantas cidades e tantas nações suportam às vezes um tirano só, que não tem mais poder que o que lhe dão, que só pode prejudicá-los enquanto quiserem suportá-lo, e que só pode fazer-lhes mal se eles preferirem tolerá-lo a contradizê-lo.” (p. 30)
“Esta é, entretanto, a fraqueza dos homens: forçados a obedecer, obrigados a contemporizar, nem sempre podem ser os mais fortes.” (p. 30).
“Nossa natureza é de tal forma que os deveres recíprocos da amizade absorvem boa parte de nossa vida. Amar a virtude, estimar as belas ações, ser gratos pelos benefícios recebidos e, muitas vezes, reduzir o nosso próprio bem-estar para aumentar a honra e o progresso daqueles que amamos, e que merecem ser