Fichamento
Referência:
MINAYO, Maria Cecília de Souza. Violência contra idosos: relevância para um velho problema. CAD. SAÚDE PÚBLICA. Rio de Janeiro, 19(3):783-791, mai./jun. 2003. “No caso brasileiro, as violências contra a geração a partir dos 60 anos se expressam em tradicionais formas de discriminação, como o atributo que comumente lhes é impingido como "descartáveis" e "peso social". Por parte do Estado, esse grande regulador do curso da vida, o idoso hoje é responsabilizado pelo custo insustentável da Previdência Social e, ao mesmo tempo, sofre uma enorme omissão quanto a políticas e programas de proteção específicos. No âmbito das instituições de assistência social e saúde, são frequentes as denúncias de maus tratos e negligências. Mas nada se iguala aos abusos e negligências no interior dos próprios lares, onde choque de gerações, problemas de espaço físico, dificuldades financeiras costumam se somar a um imaginário social que considera a velhice como "decadência" (Minayo & Coimbra Jr., 2002).” (p.785).
“No conjunto das violências, as que mais vitimaram os idosos no período estudado foram os acidentes de trânsito e transporte, as quedas e os homicídios. Essas três causas específicas representam 54,1% do total dos óbitos por violência entre os idosos em 1980; e 55,8%, em 1998. É importante destacar que, embora ainda sejam a causa violenta mais significativa de mortes da população com mais de 60 anos, os acidentes de trânsito e transporte decresceram proporcionalmente no ano de 1998. Ao contrário, os homicídios e as quedas apresentaram crescimento proporcional, passando, respectivamente, de 7,2% e 13,7% do total das mortes