Fichamento
Luiz Eduardo Soares20
Em sua versão original, de janeiro a outubro de 2003, período em que fui secretário nacional de segurança pública, o Gabinete de Gestão Integrada da Segurança Pública (GGI-SP), enquanto instrumento operacional do Sistema Único de Segurança Pública, foi concebido e implantado pelo governo federal, através da Senasp, em parceria com os governos estaduais, como um fórum deliberativo e executivo, além de espaço de diálogo, produção de consensos, identificação de prioridades comuns, formulação de pautas que pudessem ser compartilhadas e celebração de acordos em torno de medidas e/ou ações conjuntas ou complementares voltadas para a segurança pública. A observação das experiências, à época recentes, revelavam que as Forças-Tarefa, adotadas em diferentes ocasiões por distintos governos, vinham apresentando resultados muito superiores à média das operações policiais tradicionais, marcadas pela dispersão de energias e pelo isolamento das corporações.
As virtudes das Forças-Tarefa eram a definição objetiva das metas, o estabelecimento de condições materiais e humanas adequadas e compatíveis com o alcance das metas assinaladas, sabendo-se que entre essas condições destacavam-se a cooperação inter-institucional (nos sentidos federativo e intraestadual), a inter-disciplinaridade e o planejamento. A deficiência era a transitoriedade da iniciativa, que se esgotava com o cumprimento da meta –como se ela fosse a única e como se as demais pudessem, sem prejuízo, ser alcançadas pelo trabalho padrão das corporações policiais, agindo isoladamente (quando não, enfrentando rivalidades). A intenção do GGI era manter as virtudes e eliminar os problemas desse formato. O propósito, em outras palavras, era institucionalizar a experiência da Força-Tarefa, dotando-a de permanência, continuidade e cercando-a dos ingredientes indispensáveis para a realização de