Fichamento: O que é etnocentrismo
Segundo o autor, como uma espécie de pano de fundo da questão etnocêntrica temos a experiência de um choque cultural. De um lado, conhecemos um grupo do “eu”, o “nosso” grupo, que come igual, veste igual, gosta de coisas parecidas, conhece problemas do mesmo tipo, acredita nos mesmos deuses, casa igual, mora no mesmo estilo, distribui o poder da mesma forma, empresta á vida significados em comum e procede, por muitas maneiras, semelhantemente. Aí, então, nos deparamos comum “outro”, o grupo do “diferente”. O grupo do “eu” faz da sua visão a única possível ou, mais discretamente se for o caso, a melhor, a natural, a superior, a certa. O grupo do “outro” fica como sendo engraçado, absurdo, anormal ou ininteligível. A sociedade do “eu’ é a melhor, a superior, representada como o espaço da cultura, e da civilização por excelência. A sociedade do “outro” é atrasada. São selvagens, os bárbaros.
Segundo o exemplo de uma estória de um pastor que recebeu a missão de pregar junto aos selvagens no Xingu, Brasil, relatada por Rocha, podemos perceber alguns importantes sentidos da questão do etnocentrismo.
Em primeiro lugar, não é necessário ser um nenhum detetive ou especialista em Antropologia Social para perceber que , neste Cho que de culturas, entre o pastor e o índio, os personagens privilegiaram as funções estéticas, ornamentais, decorativas de objetos que, na cultura do “outro”, desempenham funções que seria principalmente técnicas. Para o pastor, o uso inusitado do seu relógio causou tanto espanto quanto o que causaria ao jovem índio conhecer o uso que o pastor deu a seu arco e