Fichamento Zanotto
A “Nova História Intelectual” (NHI) vem se destacando pela abordagem que vincula os intelectuais à política e à cultura.
A História Intelectual fazia parte do arcabouço da história política tradicional. Isso a fez cair em ostracismo a partir dos Annales, por conta da renovação dos objetos e o abandono da história política.
“Essa historiografia tradicional, preconizando os grandes fatos, os grandes homens, as grandes conquistas, tornava possível e mesmo desejável uma história dos intelectuais grandiloqüente vinculada ao ideal do Iluminismo e de sua valorização exaltada das benesses da razão e da ciência na explicação do universo e no governo dos homens. [...] Mais do que em outros campos, a história dos intelectuais sofreu um processo de suspeição – especialmente pelos annalistas – movido contra os pesquisadores do político” [p. 34]
“Jean-François Sirinelli: empreendida pela via indireta da história dos engajamentos individuais, ela se situava – duplo defeito! – no cruzamento da biografia e do político; considerada sob o ângulo coletivo, também esbarrava, é claro, na história social, mas tinha, nesse domínio, outros preconceitos a combater” [p. 34-35]
“No âmbito da história social, a história dos intelectuais recebia outro duro golpe dos annalistas, especialmente da chamada terceira geração e sua predileção por uma história serial ou quantitativa. Os intelectuais constituem um grupo social difícil de se delimitar, visto seus contornos vagos, e que por muito tempo permaneceu pouco significativo em termos numéricos. Tal situação desestimulava e mesmo desvalorizava estudos quantitativos e o próprio pesquisador sofria condenações num tempo em que a história deveria ser serial. Também havia críticas derivadas do mal-entendido entre a história dos intelectuais e a história das idéias políticas8, e mesmo