Fichamento Yves Lacoste
O autor introduz sua ideia comentando sobre a crença geral de todos quanto à função descritiva, maçante e simplória da Geografia, enquanto disciplina escolar e universitária. Após esta constatação da realidade, ele questiona a utilidade da mesma: “Tudo isso serve para quê?” (p. 21).
Dentro deste contexto ainda questionador, o autor menciona alguns casos em que se houve a proposição de que a Geografia fosse liquidada e excluída da educação, onde a alegação era que ela não servia para nada. A partir deste momento, ele demonstra que, ao contrário do que se pensava, a Geografia dizia respeito a todos os cidadãos, uma vez que a mesma sempre foi utilizada como uma ferramenta de poder e que isto não diz respeito apenas aos geógrafos.
Esta constatação de que a Geografia serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra; leva o autor a demonstrar o caráter estratégico, político e militar da mesma, com a finalidade de organizar o território, sempre de acordo com os interesses daquele agente espacial que detém o poder.
Ele mantém esta linha de raciocínio descrevendo a importância da carta como representação geográfica, contendo informações em diversos níveis sobre um determinado território e, portanto, tendo um papel de instrumento de poder sobre as decisões espaciais daquele território delimitado.
O autor também comenta sobre a influência direta de algumas obras com conteúdo geopolítico sobre políticas expansionistas de alguns Estados, em diversos contextos como, por exemplo, as obras de Friedrich Ratzel (1844-1904), Mackinder e, sobretudo, o exemplo clássico da relação entre a obra de Karl Haushofer (1889-1946) com a política adotada por Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.
Segundo ele, o conteúdo da Geografia, que é altamente estratégico-militar, é ensinado em um discurso científico e