Fichamento: Violência e Psicanálise - Jurandir Freire Costa
Jurandir Freire Costa, neste livro “Violência e psicanálise”, reúne cinco artigos em forma de cinco capítulos tratando do tema da violência, escritos em épocas diferentes e que seguem objetivos distintos no assunto. Foram selecionados três capítulos do livro para fichamento e análise, dos quais as temáticas da violência urbana – que no momento figura nosso objeto de interesse – mais se delineiam. O primeiro capítulo aborda a questão por uma maneira epistemológica, no segundo capítulo a violência vai aparecer como uma forma biopolítica de normalização psicológica, e no quarto capítulo entenderemos os efeitos psíquicos na mente de quem sofre com o racismo, e a forma que o racismo está delineado no Brasil contemporâneo.
1. Capítulo primeiro: “A guisa de Introdução: Por que a violência? Por que a paz? ”
Neste primeiro capítulo, “A guisa de introdução: por que a violência? Por que a paz? ”, o autor parte da questão da atualidade da violência para pensar na sua presença nas relações interindividuais. Entende que a questão é de suma importância e aponta que este assunto vem sendo pouco tratado dentro do pensamento psicanalítico, que oferece respostas confusas e ambíguas para a questão da violência. Dessa forma, o autor traça uma investigação bibliográfica tentando entender a violência e suas relações com o instinto, com a agressividade, com o poder e com o Estado. Sua primeira investigação é em François Gantheret, que diz “(...) a violência não é um conceito, assim como não o são a loucura e a paixão. A agressividade é um conceito, a neurose, igualmente. A razão pode fazer trabalhar esses conceitos, (...) animados pela ideia e causalidade: isto é a definição de um conceito. ” (GANTHERE, F. 1980, p. 416 apud. COSTA, J. F. 2003, p. 15). Dessa forma, a violência, assim como a loucura e paixão, é pensada na forma de movimento