FICHAMENTO Tendencias nos estudos de religião
Fichamento 3 – CAROZZI, Maria Julia. Tendências no estudo dos novos movimentos religiosos na América: os últimos 20 anos
O texto da autora é subdividido em quatro eixos principais que organizam o tal trabalho em vista das orientações temáticas mais debatidas: (1) a redefinição dos conceitos de igreja e seita, (2) a análise do processo de conversão a novos movimentos religiosos, (3) o estabelecimento de relações entre as mudanças produzidas na sociedade e o surgimento e desenvolvimento desses movimentos e, finalmente, (4) a determinação de relações entre os novos movimentos religiosos e as situações de pobreza, principalmente na América Latina.
Logo no início Carozzi afirma que os estudiosos de sociologia da religião das últimas décadas, em grande parte, preferiram abandonar a utilização do conceito de seitas e passaram a utilizar de “novos movimentos religiosos” por ser uma expressão mais genérica e menos carregada valorativamente. Ainda assim alguns autores, segundo ela, se propuseram a rediscutir e redefinir os termos “igreja” e “seita”.
Uma teoria de meados da década de 1930 colocava uma reorganização cíclica contínua de nascimento, transformação e renascimento em que as seitas, após se separarem das igrejas, se transformavam em novas igrejas. Infelizmente, os sociólogos posteriores não se propuseram a discutir e investigar essa temática com esse foco. Ao invés disso o assunto se limitou muito mais ao formalismo conceitual do que na investigação dos processos. A sociologia da época afirmava que as seitas pendiam “a ser grupos menores de membros convertidos” cujo estilo de culto seria muito emocional e o estímulo de uma conduta dos praticantes mais austera e rigorosa.
O tema só seria novamente colocado em voga na década de 1960 com a tentativa de definição dos conceitos de igreja e seita a partir de um único atributo: ambas seriam “nomes aplicáveis a grupos religiosos situados nas extremidades de um continuum” determinado pela tensão entre o tal